Homilia para Entronização | 18.03.2025 - Leão V

HOMILIA DA MISSA DE ENTRONIZAÇÃO E COROAÇÃO PAPAL

Praça de São Pedro, Vaticano

Saúdo os senhores Cardeais na pessoa de Dom Mauro,

Saúdo os senhores Bispos na pessoa de Dom Wesley,

Saúdo os senhores Presbíteros e Diáconos na pessoa de Dom Leopoldo,

Saúdo a todos vós, Religiosos e Religiosas, na pessoa de Dom Francesco,
Saúdo, a todos vós, leigos e leigas, vozes vivas da nossa Igreja, que são a nossa chama viva da esperança!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Com um coração cheio de temor e tremor, mas também de imensa esperança, coloco-me hoje diante de vós para assumir a missão que Cristo confiou a Pedro: ser rocha firme na qual se edifica a Igreja. E neste momento solene, só posso clamar ao Senhor: "Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu Te amo!" (Jo 21,17).

Olhamos para as leituras de hoje, e nelas encontramos a fidelidade de Deus que nos acompanha ao longo da história. A promessa feita a Davi, de que seu descendente teria um trono eterno (cf. 2Sm 7,12-14), realiza-se plenamente em Jesus Cristo, nosso Salvador, nossa Rocha inabalável. Ele é o Rei dos Reis, mas um Rei diferente: um Rei que reina servindo, um Rei que se fez pequeno para que pudéssemos nos tornar grandes diante de Deus.

Na Carta aos Romanos, São Paulo nos recorda que não é pelas obras da Lei, mas pela fé que Abraão foi justificado (cf. Rm 4,18-22). Quantas vezes também nós somos chamados a crer contra toda esperança? Quantas vezes nossa fé é desafiada pelas dores do mundo, pela escuridão que tenta envolver a Igreja? Mas hoje reafirmamos, com toda a força da nossa alma: "As portas do inferno nunca prevalecerão contra ela!" (Mt 16,18). O Senhor é fiel, e Ele está conosco!

O Evangelho nos leva ao Templo de Jerusalém, onde encontramos Maria e José buscando ansiosamente por Jesus. E Ele responde: "Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?" (Lc 2,49). Irmãos e irmãs, esta deve ser também a nossa resposta! Onde devemos estar, senão na casa do Pai? Onde devemos repousar, senão no coração de Deus?

Hoje, recordo as palavras dos meus venerados predecessores. O Papa Romano II, cuja alma entregamos à misericórdia de Deus, exortou-nos a edificar uma Igreja que seja "um reflexo do amor de Cristo, uma comunidade acolhedora e misericordiosa, que busque sempre a verdade e a justiça." Estas palavras não são apenas um ideal, são um chamado urgente! Quantos esperam de nós um testemunho autêntico do amor de Deus! Quantos, feridos e marginalizados, esperam encontrar em nossa Igreja um refúgio, um lar!

O Papa Sisto I proclamou: "Não quero uma Igreja fechada em si mesma, mas uma Igreja que saia ao encontro, que acolha, que cure as feridas e que leve a luz de Cristo a todos os cantos do mundo." Esta deve ser a nossa missão! Não podemos temer! O mundo precisa da luz do Evangelho! O mundo precisa do testemunho dos santos, daqueles que, como Pedro, como Paulo, como tantos homens e mulheres ao longo dos séculos, deram suas vidas por Cristo.

E então, escutemos novamente o grito profético de São João Paulo II: "Abri as portas a Cristo!" Sim, abramo-las sem medo! Abram-se as portas do nosso coração, das nossas paróquias, das nossas comunidades, para que Cristo possa entrar e reinar.

Queridos irmãos e irmãs, lanço-me hoje no oceano da misericórdia de Deus. Não sou digno desta missão, mas confio na graça do Senhor. Como Pedro, também ouço a voz do Mestre que me diz: "Apascenta as minhas ovelhas." (Jo 21,17). E a minha resposta não pode ser outra: Eis-me aqui, Senhor!

Confio este ministério ao Coração Imaculado de Maria, Estrela da Nova Evangelização, e a São Pedro, primeiro dos Apóstolos. Peço-vos, queridos filhos e filhas, que rezem por mim, para que eu possa ser um servo fiel e humilde, sempre guiando a Igreja nos caminhos do Evangelho.

Que o Espírito Santo nos conduza! Que a luz de Cristo brilhe sobre a sua Igreja! E que possamos, juntos, caminhar rumo às moradas eternas!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para sempre seja louvado e com sua Mãe, Maria Santíssima.