Caríssimos irmãos e irmãs do apostolado SICAR,
Cumpre-me, antes de tudo, iniciar estas palavras com um pedido sincero de perdão. Perdoem-me por não poder estar presente nesta data memorável, na solenidade de quinze anos da fundação deste apostolado que tanto estimo. Os afazeres do ministério que hoje desempenho, agora como sacerdote, reclamam minha dedicação integral, impossibilitando-me de partilhar convosco esta celebração. Porém, ainda que ausente na presença física, estou convosco em espírito, em memória e em ação de graças.
Ao refletir sobre estes quinze anos, meu coração se enche de gratidão e reverência. Lembro-me com profunda estima de todos aqueles que, comigo, iniciaram esta obra: Giuseppe Sarto, Giovanni Genno, Joseph Ratzinger, Nicolas Matheus — que a misericórdia do Senhor receba em descanso eterno — e tantos outros irmãos cujo empenho, zelo e erudição contribuíram para a edificação e consolidação desta missão.
Ao contemplar o apostolado na sua adolescência, vêm-me à lembrança as palavras de São Carlo Acutis: “Não eu, mas Deus.” Que esta máxima seja a pedra angular de vossa ação. O que realizamos aqui não se destina a exaltar nossos nomes, mas a glorificar Aquele que é Autor e Consumador de toda obra. Foi Deus quem vos trouxe até este ponto. Foi Ele quem vos chamou para participar desta semeadura, desta obra de labrança espiritual, mesmo em um terreno virtual.
Sede, portanto, como diligentes lavradores, que lançam sementes de fé e virtude para reconduzir crianças, adolescentes, jovens e adultos à plenitude da vida cristã. Quantas almas já foram reconduzidas à fé católica através de vossa dedicação? Quantos jovens, impulsionados por este apostolado, hoje trilham o caminho do sacerdócio ou já exercem seu ministério? Nada é fruto do acaso. Tudo revela o desígnio da Providência, tocando corações e reavivando consciências sedentas de Cristo.
Minha gratidão não se dirige unicamente ao irmão Agnelo, hoje Papa Pio IX, que sustentou e promoveu este apostolado, mas a todos que, de alguma forma, contribuíram para a propagação da fé: “Todos, todos, todos”, como lembrava o saudoso Papa Francisco. Cada esforço, cada gesto, cada momento de sacrifício, constituiu a tessitura desta obra.
Permaneçam sempre orientados pelo amor e pela união. Não se deixem intimidar por ataques, provações, insultos ou perseguições. Não se deixem abater por mentiras, difamações ou ridicularizações públicas. Lembrem-se das palavras de Nosso Senhor nas Bem-Aventuranças:
“Bem-aventurados quando vos injuriarem e perseguirem por minha causa, porque vosso é o Reino dos Céus.”
“Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino dos Céus!”
O vosso apostolado não é tarefa trivial; é missão de proclamar, educar, conduzir à salvação. Se os Apóstolos, os Santos e todos aqueles que agora contemplam a glória celeste sofreram perseguições, vós também, que procurais trazer almas à fé, enfrentareis provações. Não temais! Sede fortes.
A humildade e a obediência são os alicerces que fazem perdurar qualquer empreendimento de alcance espiritual e moral. Essa é a razão pela qual o SICAR alcança seus quinze anos: graças a pessoas humildes, prudentes e obedientes, que, mesmo nos momentos mais críticos, sustentaram a obra e a mantiveram firme.
Sejam obedientes! E àqueles que promovem discórdia ou desunião, rogo: retornem à Igreja! Retornem à unidade! Não se reforma a essência da Igreja através do ruído externo; aquele que semeia tumulto, na realidade, opera sob a instigação do maligno. Porém, como assegura o Senhor, as portas do inferno não prevalecerão contra Ela.
Por fim, meus parabéns! Parabéns pelos quinze anos de perseverança, por não desistirem diante das adversidades, por manterem a união e o compromisso com a fé. Hoje, envio minha bênção a todos vocês e, deste lado, na realidade, ofereço a Eucaristia que celebrarei às 22h00 em ação de graças pelo nosso clero e por este apostolado que tanto honrou a Igreja.
Ao Papa Pio IX, minha obediência e minha saudação filial. Não se deixe abater pelos inimigos da Igreja; antes, procure-os como o Bom Pastor que busca a ovelha perdida.
Salve, Santo Padre!
Viva a Igreja!
Recebam meu abraço fraterno e que Deus vos abençoe, agora e sempre.
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