Homilia | Santos de Deus
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje celebramos a Solenidade de Todos os Santos, uma festa que nos convida a olhar para a santidade como um caminho possível e exigente para todos nós. Ontem, reunidos na oração pelas exéquias do nosso amado Papa Bonifácio III, fomos recordados de que o serviço a Deus e ao povo exige coragem, fé e fidelidade. Hoje, continuamos esse caminho, mas com os olhos voltados para todos os santos, conhecidos e desconhecidos, que nos precederam no céu.
O Papa Bonifácio, na Missa da sua entronização, disse algo que nos toca profundamente: “Ser santo não é um convite: é um dever! É um dever nosso como cristãos. Por isso, não tenham medo!” Estas palavras ressoam hoje com especial intensidade. A santidade não é apenas para alguns, escolhidos ou privilegiados; é um chamado de Deus a cada um de nós, e isso deve nos dar coragem e esperança.
Na Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14), São João nos apresenta uma visão impressionante: uma multidão incontável de pessoas de todas as nações, tribos e línguas, vestidas de branco, diante do trono de Deus. Esses são os que “lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro”. A santidade, portanto, é fruto da fé, da perseverança e da aliança com Cristo, que nos purifica e nos torna dignos de estar diante do Pai.
Na Segunda Leitura (1Jo 3, 1-3), aprendemos que a santidade é um reflexo do amor do Pai que nos chama de filhos de Deus. Ser santo é viver conscientes desta filiação divina, de modo que o mundo veja em nós o reflexo do amor de Deus. É um chamado à pureza de coração, à sinceridade de vida e à esperança viva de sermos transformados à imagem de Cristo.
O Evangelho de hoje (Mt 5, 1-12a), as bem-aventuranças, é o mapa para a santidade. Jesus nos lembra que ser santo não significa ter poder, riqueza ou prestígio, mas sim viver o amor, a humildade, a justiça e a misericórdia. As bem-aventuranças apontam para aqueles que sofrem, que choram, que têm fome e sede de justiça, e que são perseguidos por causa do Reino. Estes são os verdadeiros santos aos olhos de Deus.
Caríssimos, a santidade não é opcional nem abstrata. É um dever, como nos lembrou o Papa Bonifácio. Mas não é um fardo pesado, porque não caminhamos sozinhos. Jesus, a fonte da santidade, nos dá forças, nos guia e nos acompanha. Hoje, ao celebrarmos todos os santos, recordamos que cada gesto de amor, cada atitude de bondade, cada momento de fidelidade a Deus nos aproxima dessa santidade.
Que esta celebração nos inspire a viver a nossa vocação cristã com coragem, alegria e confiança, sabendo que o caminho da santidade é possível e que, ao perseverarmos, nos uniremos, um dia, à multidão incontável diante do trono de Deus.
Amém.
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